Quando nos sentimos doentes e necessitamos de recorrer a uma dieta especial, frequentemente sentimos dificuldade em retirar algum prazer daquilo que comemos, porém há alguns truques que nos podem a ajudar tornar a comida mais apetitosa sem comprometer as suas propriedades benéficas.
Concordo que é muito difícil manter uma dieta quando as pessoas que nos rodeiam comem outros alimentos de que gostamos mais. Por isso sempre que possível os outros elementos da família podem partilhar da nossa comida ou adapta-la ligeiramente com a adição de alguns vegetais ou acompanhamentos diferentes. quando tal não se verifica possível, o doente deverá ter autonomia para preparar as suas refeições através de receitas muito simples, mas cuidadas. Na confecção das refeições devem usar-se nutrientes frescos e de boa qualidade, não se devem sujeitar os alimentos a temperaturas demasiado elevadas para evitar que queimem ou a cozeduras demasiado longas para que não percam as suas propriedades (vitaminas, sabor, cor...)
Apesar de ser complicado dar receitas que faço geralmente sem medir as quantidades, vou tentar deixar aqui algumas sugestões úteis e saudáveis para que os dias mais difíceis se tornem mais simples.
Creme Cor de Laranja
2 cenouras
1 batata pequena
1 pedaço de abóbora a gosto
1 cebola pequena (facultativo)
3 colheres de sopa de arroz
água q.b. (filtrada)
sal q.b.
1 colher de sobremesa de azeite de baixa acidez (facultativo)
Descascam-se os legumes, cortam-se em pedaços pequenos e colocam-se num tacho cobertos de água. Adiciona-se o sal.
Geralmente uso a bola do arroz (como a imagem abaixo) onde coloco no interior o arroz e meto a cozer junto com os legumes (porém, pode-se colocar o arroz a cozer junto com os legumes, reservando uma pequena porção, que se adiciona após triturar, levando novamente ao lume para cozer).
Põe-se o tacho ao lume, tapado até ferver e depois destapado para não entornar. Quando os legumes estão cozidos, retira-se a bola abre-se, reserva-se parte do arroz e o restante junta-se aos legumes. Adiciona-se nesta altura o azeite (se for o caso) e tritura-se. Rectificam-se os temperos e a quantidade de água caso necessário. Junta-se por fim, o arroz que ficou reservado. Serve-se aromatizando com uma folha de hortelã.
A apresentação da comida é muito importante pois os olhos são os primeiros a comer. Usar nutrientes de qualidade e ter atenção ao modo de confeccionar os alimentos é tão importante como o modo de os apresentar sobretudo quando nos encontramos numa fase de convalescença.
Ao longo do tempo tenho vindo a desenvolver uma particular curiosidade pelas propriedades e composição dos alimentos pois tal ajuda-me a equilibrar o meu corpo. Deste modo irei partilhar algumas informações sobre os elementos usados nesta receita, que considerei interessantes.
Curiosidades:
Bola do arroz - Encontra-se à venda em grandes superfícies comerciais ou lojas de loiças. É muito útil pois permite cozer legumes, arroz ou massa em simultâneo com outros ingredientes. Foi pensado para cozer o arroz junto aos enchidos do cozido à portuguesa, no entanto utilizo sobretudo na confecção de sopas.
Abóbora - Da família das curcubitaceae a abóbora é um legume muito nutritivo. Rico em vitamina A e C potássio, fibras solúveis, magnésio, folatos, ácidos gordos (omega 3), vitamina B1 (Tiamina), cobre, triptofanos, vitamina B6 (piridoxina), vitamina B3(Niacina) e vitamina B5 (acido pantoténico).De polpa alaranjada e sabor adocicado, a abóbora tem diversos usos culinários, tanto em receitas de doces como de salgados. Além das inúmeras propriedades nutritivas, a abóbora mostrou ser benéfica no tratamento da hipertensão arterial, cozida actua nas dores em superfícies internas irritadas, melhora lesões do estômago e intestinos, lesões oculares e lesões coronárias, as sementes podem ser usadas na febre e infecções urinárias, actua ainda na prevenção de cancro.
Arroz - O arroz é um cereal com excelentes propriedades nutricionais de fácil digestão. O seu principal componente é o amido, sendo também rico nas vitaminas B1 (tiamina), B2 (riboflavina) e B3 (niacina). Contém minerais como fósforo (indicado para os ossos e o cérebro), ferro (antianémico), potássio, magnésio (favorece a actividade muscular) e cálcio e, além disso, dispõe dos oito aminoácidos essenciais para o corpo humano. No arroz também se encontram 7% de proteínas, valor superior ao de outros cereais, uma baixa percentagem de sódio e gorduras (0,2%) e poucas calorias. Dado que menos de 1% das calorias são provenientes de gordura e que não contém colesterol, o arroz é um excelente alimento para ser incluído em qualquer tipo de dieta.
Pelas suas propriedades, é especialmente indicado em casos de hipertensão (os seus altos níveis de potássio juntamente com o seu baixo teor em sódio ajudam a regular a pressão arterial), doenças renais e dietas de emagrecimento. Melhora, igualmente, os problemas gastrointestinais, tanto em grão como em água de arroz, porque acalma o estômago. Também contribui para a eliminação de líquidos. Além disso, as cataplasmas feitas com farinha de arroz aliviam as inflamações cutâneas como a acne, o sarampo ou problemas de queimaduras.
Hortelã - Erva aromática conhecida pelo seu sabor refrescante, a hortelã é muito usada na culinária, tendo também diversos usos medicinais. As folhas de hortelã contêm vitaminas A, B e C e minerais como potássio, ferro fosforo e cálcio. 