segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Alimentação nos dias difíceis...

 Nos dias difíceis, o mal estar que nos atormenta passa a revestir todo o sentido da nossa presença... Não queremos falar com ninguém, não admitimos que os outros reparem no nosso aspecto de "urso de peluche centrifugado", deixamos de ter posição para estar de modo confortável e sobretudo perdemos por completo a imaginação e qualquer restinho de bom humor quando tentamos escolher o que comer.

A fase activa da doença caracteriza-se pela presença de sintomas que se associam a uma situação inflamatória. Sempre que uma situação inflamatória se verifica, todos os médicos são unânimes, é fundamental ter alguns cuidados especiais com a alimentação. Sabe-se que alguns alimentos têm propriedades reparadoras, que ajudam a cuidar do desconforto que nos afecta.

Nestes momentos devem ser preferidos alimentos de fácil digestão e elevado teor de água, como as sopas (de legumes), caldos ou fruta cozida. Quando se sentir pronto, o doente poderá comer, carne branca magra ou peixe, iogurte natural, hidratos de carbono complexos (arroz, batata e pão), fruta e vegetais (de cor verde).   

De um modo geral deverão ser evitados:
  • Alimentos ricos em fibras insolúveis (fruta crua, fruta com casca, vegetais, saladas, leguminosas);
  • Alimentos pouco refinados (integrais);
  • Alimentos com excesso de açúcar e gordura;
  • Alimentos picantes;
  • Alimentos causadores de flatulência;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Bebidas desportivas (devido ao elevado teor de açúcar e substancias activadoras como a cafeína).
  • O consumo de água deverá ser aumentado para cerca de 1,5l a 2l.  
Em alternativa  deverão ser preferidos:
  • Arroz;
  • Lacticínios com baixo teor de lactose; 
  • Cenoura cozida;
  • Banana, fruta cozida ou assada, sem casa;
  • Alimentos mais refinados (não integrais);
  • Carnes brancas; 
  • Peixe, principalmente os gordos; 
  • Gorduras de origem vegetal.

Actualmente os médicos defendem que a maioria dos doentes podem e devem fazer uma alimentação normal (sem restrições) nos períodos em que a doença não se encontra numa fase activa (numa fase em que não se verificam sintomas). Os alimentos excluídos devem ser reintroduzidos progressivamente, um alimento de cada vez, com 2 a 3 dias de intervalo. 

Muitos adultos manifestam alergia ou intolerância sistemática a alguns alimentos. Embora haja alguns exames que podem ajudar a clarificar a existência destas situações, é possível efectuar um teste simples que consiste em ingerir um determinado alimento "suspeito" numa altura em que não haja sintomas (eczema, urticária erupções cutâneas, dores de cabeça, irritação ocular e das vias nasais e perturbações gastrointestinais), caso não ocorra reacção durante um período de 3 dias, significa que o alimento é bem tolerado. Quando ocorre reacção, de acordo com da gravidade/ intensidade dos sintomas, poderá voltar a repetir-se o teste noutra altura de modo a confirmar esta reactividade (esta situação deve ser registada e partilhada com o médico assistente).

 A utilização da tabela de registo que mostrei na mensagem anterior, poderá revelar-se útil para identificar a tolerância aos diferentes alimentos. 

Por vezes, existem alguns alimentos que quando cozinhados de determinado modo, ou conjugados com alimentos específicos, podem vir a ser melhor tolerados. Tal sucede porque substancias como as fibras solúveis ou outras, presentes em determinados alimentos, podem ser neutralizadas pela acção do calor, tempero, ou pela conjugação com alimentos com acção mais calmante do aparelho digestivo. 

Descobrir o funcionamento do corpo, estudar alternativas, respeitar os limites e conhecer soluções adequadas, são passos fundamentais de um processo de reeducação dos nossos hábitos, que tem como objectivo conseguir equilibrar o corpo, permitindo-nos viver de um modo mais saudável e harmonioso.
Dá trabalho, mas vale a pena!

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