sexta-feira, 15 de julho de 2011

Causas dos "Intestinos Apressados"


"Porque é que os meus intestinos não têm calma nenhuma???"
Esta é uma pergunta que fiz dezenas de vezes a mim mesma, embora só há pouco tempo tenha percebido verdadeiramente a resposta.  Se pensarmos na pele que reveste o exterior do nosso corpo, facilmente percebemos que as pessoas têm tipos de pele diferentes e que em todas elas, há alturas em que a pele fica mais sensibilizada (por exemplo pela agressão dos elementos, de agentes químicos ou de alimentos). Porém, há também pessoas cuja pele é naturalmente sensível. Nesses casos, a pele é mais vulnerável a sofrer irritações tornando-se um pouco mais exigente em termos dos cuidados, uma vez que necessita de estar mais protegida, hidratada, nutrida e limpa para se manter saudável.

Se pensarmos bem, com o interior do corpo passa-se exactamente o mesmo. No caso dos portadores de DII, o aparelho digestivo é mais vulnerável a ficar irritado ou inflamado, o que provoca frequentemente cólicas, inchaço, gases e a famosa diarreia. Tal como acontece com aqueles que têm pele sensível, os portadores de DII conseguem manter o aparelho digestivo funcional e evitar muito desconforto, desde que tenham algum cuidado.

Conhecer o que pode estar na origem das situações de mal-estar e tratar rapidamente os sintomas, permite evitar o agravamento da DII e adoptar comportamentos preventivos.

A diarreia, que tanto nos atormenta, surge devido a um desequilíbrio no funcionamento do sistema digestivo de menor ou maior gravidade causado por bactérias, protozoários, vírus, alimentos, medicamentos, stress ou como manifestação de situações clínicas mais graves. Sempre que os sintomas persistirem por um período superior a 3 dias, ou se estes episódios se tornarem frequentes, deverá ser consultado um médico.

Para que esta situação seja devidamente assistida, reveste-se da maior importância uma descrição clara dos sintomas, a presença ou não de febre, assim como o número de evacuações durante um determinado periodo de tempo, devendo haver uma particular atenção para alterações de consistência e presença de pus, muco ou sangue.

A gravidade deste processo varia de acordo com a sua duração e intensidade, tendo como consequências imediatas a perda de líquidos (desidratação), electrólitos e perda de peso.

As bactérias estão em todo o lado e algumas delas são fundamentais para o bom funcionamento do nosso corpo. Contudo outras, têm uma acção negativa sobre o aparelho digestivo, afectando o nosso  bem estar.  Algumas bactérias (salmonelas), proliferam geralmente em ambientes nutritivos e húmidos sendo disso exemplo as carnes cruas, o marisco, os ovos, e o leite não pasteorizado. Outras (e.coli), existem sobretudo nas fezes dos animais e podem aparecer na água, nos vegetais (devido aos fertilizantes) sendo frequente a sua transmissão pelo contacto da nossa boca com elementos contaminados.

Na origem destes processos inflamatórios poderão também estar vírus, sendo algumas estirpes bastante contagiosas. Os vírus transmitem-se facilmente através das mãos mal lavadas, bebidas ou comidas partilhadas, toalhas partilhadas e utensilios de cozinha mal lavados. As pessoas mais resistentes podem ser portadoras destes vírus, transmitindo-os facilmente aos outros embora não tenham manifestações físicas dos mesmos.
Tanto no caso da infecção por vírus como por bactérias, os sintomas deverão passar ao fim de 2 ou 3 dias.

Estima-se que 30% a 70 % dos viajantes sejam afectados por episódios de desconforto gastrointestinal. A conhecida "diarreia do viajante" é cortesia frequente dos países menos desenvolvidos, sendo geralmente causada por utensílios, alimentos e água contaminada com bactérias ou outros agentes patogénicos para os quais o nosso organismo não desenvolveu defesas.
Este tipo de infecção em organismos saudáveis é geralmente ultrapassada após 1 dia.

Quando a causa do "intestino apressado" é a medicação, a alimentação ou uma doença, esta situação poderá tornar-se persistente ou muito frequente, devendo ser alvo de atenção especializada.
De entre os diferentes medicamentos que podem afectar o funcionamento do aparelho digestivo, destacam-se os antibióticos, que pela sua acção destroem as bactérias "más", mas também bactérias "boas" que protegem o intestino, tornando-o assim mais vulnerável a outras infecções. 

Ao longo da nossa vida o organismo modifica-se podendo vir a desenvolver, a qualquer momento, uma dificuldade acrescida na digestão de certos alimentos. Os alimentos mal digeridos provocam náuseas, cólicas diarreia e gases geralmente num espaço de 30 minutos a 2 horas após a ingestão.
Existem diversos motivos para o nosso aparelho digestivo agir de um modo "apressado". Contudo, é possível atenuar o desconforto e prevenir alguns episódios, permitindo aos portadores de DII a manutenção de uma vida normal.
 

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