terça-feira, 19 de julho de 2011

Prevenir "Intestinos Apressados"

Antes desta breve reflexão sobre a adopção de comportamentos que podem ajudar a prevenir gastroentrites, nunca é demais salientar que o nosso principal objectivo deverá ser agir de modo equilibrado, fugindo de qualquer comportamento ou preocupação excessiva. Os portadores de DII apenas deverão estar mais atentos por serem mais vulneráveis, mas tal não deverá impedi-los de ter uma vida normal e tranquila. 

A expressão popular "pela boca morre o peixe" reflecte, neste contexto, a atenção que devemos dar ao que entra em contacto com a nossa boca, uma vez que este órgão é a principal porta de entrada no nosso organismo de vírus, bactérias e outras substâncias que fazem o corpo adoecer. Prevenir a contaminação por estes agentes patogénicos é então possível, muitas vezes, se tivermos algum cuidado com a higiene e com a conservação alimentar.


Perante a convicção de que sabia cuidar devidamente da minha higiene, fui surpreendida, pela evidencia de que o meu comportamento a este nível era bastante descuidado quando confrontada com as medidas adicionais de higiene adoptadas um pouco por toda a parte a propósito da gripe A. Desde então, aprendi a lavar as mãos de um modo mais adequado e passei as estar mais atenta, evitando alguns comportamentos que até então tinha de forma automática. "Quantos de nós perante a dificuldade em abrir os sacos no supermercado ou virar a página de um qualquer livro ou revista, passamos, sem dar conta, o dedo pela língua?"  

- A higiene das mãos é de extrema importância, sobretudo antes das refeições ou da preparação de alimentos.
- Devemos igualmente dedicar alguma atenção à toalha onde limpamos as mãos, tendo o cuidado da mesma se encontrar limpa, seca e sempre que possível, não a partilharmos com outras pessoas.
- Na cozinha, os utensílios e as bancadas devem estar limpos.
- Após lavada, a loiça deve ser guardada logo que possível para evitar a contaminação da mesma.
- O esfregão da loiça e panos de limpeza de bancadas reúnem condições favoráveis ao desenvolvimento de bactérias (humidade, ar, nutrientes provenientes dos restos dos alimentos e temperatura). Uma forma de evitar que tal aconteça consiste em embrulhar em papel absorvente de cozinha, o esfregão e panos de bancada após limpos de restos de alimentos, e colocá-los no microondas na temperatura máxima durante cerca de dois minutos.
- Deve evitar-se a utilização de utensílios de madeira, e quando usados os mesmos deverão ser devidamente desinfectados (lixívia ou lavagem a alta temperatura).

- Por não ser fácil controlar as condições de higiene dos produtos alimentares antes dos mesmos chegarem até nós devemos ter algum cuidado com a higiene dos mesmos antes da sua utilização. As frutas e vegetais devem ser lavados com agua e vinagre, adicionando umas gotas de lixívia à água, ou usando um produto à venda no mercado para esse efeito. Este procedimento torna-se mais importante nos meses de Verão, pois nesta altura, os produtos hortícolas reúnem tendencialmente maiores concentrações de substâncias nocivas (pesticidas e bactérias).
- Sempre que não é possível assegurar a lavagem destes produtos, devemos preferir consumi-los cozinhados ou descascados.

A escolha dos alimentos no momento da compra reveste-se igualmente de particular importância, na medida em que o tempo e a temperatura influenciam  a sua qualidade contribuindo para o desenvolvimento de bactérias.


- A fruta e os vegetais deverão apresentar uma aparência viçosa e cor homogénea. A presença de caracóis ou lagartas indicam geralmente a ausência do uso de pesticidas.

- O talho local geralmente informa qual o dia em que recebe as diferentes espécies animais, assim, podemos adquirir carne mais fresca.  A carne deve ter uma aparência fresca, cor homogénea e brilhante, e não deverá apresentar qualquer odor intenso.
- Devemos evitar comprar carne temperada ou que tenha sido previamente preparada (rolos de carne, rotis, espetadas, hambúrgueres ou almôndegas devem ser preparadas em casa sempre que possível). A carne moída deteriora-se mais facilmente, pelo que, devemos picar a carne em casa ou solicitar que a mesma seja picada no acto da compra.

- O peixe deve ser o mais fresco possível  tendo um aspecto brilhante, cobertura de escamas completa, olhos salientes e cristalinos, não devendo apresentar odor desagradável. Os peixes são mais saborosos quando estão mais gordos e tal poderá ser observado através do lombo que deve ter um aspecto preenchido.



 Após a compra, o modo como os alimentos são acondicionados e conservados terá uma influencia determinante para a manutenção da sua qualidade. Embora pareça um procedimento bastante simples, a conservação dos alimentos poderá ter algumas particularidades. Os alimentos não podem ser todos conservados de igual modo, uma vez que a preservação da sua qualidade varia de acordo com as diferentes  características dos prdutos. Assim, nem todos os alimentos podem ser congelados e o prazo de validade após a sua congelação pode igualmente variar. Para o esclarecimento de duvidas mais específicas deixo a indicação de alguns sites que considerei muito úteis:



Em todo o caso, atrevo-me a deixar aqui um pequeno resumo daquilo que habitualmente tenho o cuidado de fazer.
- Antes de mais, devemos conhecer o funcionamento do nosso frigorífico.
- O frigorífico e o congelador devem ser descongelados e  limpos periodicamente.
- Não devemos misturar alimentos crus com alimentos cozinhados.
- Os alimentos devem ser embalados devidamente e devem ser consumidos no menor prazo possível.

A conservação de alimentos através da congelação deve ser feita em embalagens adequadas. Os alimentos deverão estar acondicionados em doses  individuais para facilitar a descongelação.
- Devem ser anotadas as datas de congelação.
- Deve ser adicionado pouco sal aos alimentos a congelar, pois atrasa o processo de congelação.
- Deve accionar-se o mecanismo de congelação rápida sempre que congelamos novos alimentos.
- Os alimentos devem ser descongelados de modo gradual sem serem sujeitos a alterações bruscas de temperatura (usando o frigorífico).
 - Depois de descongelados, os alimentos têm que ser cozinhados antes de poderem voltar a ser congelados novamente.
 - Os alimentos não devem ser mantidos congelados por longos períodos de tempo, devendo ser consumidos logo que possível.

Por vezes, aquilo que nos parece ser absolutamente "senso comum", parece revelar-se, na realidade, bastante mais complexo. Lidar com a DII é um processo de aprendizagem constante e a conquista da autonomia só se efectiva quando conhecemos procedimentos que nos podem ajudar a sentir saudáveis durante mais tempo. 




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